Contratando O SOBRINHO

Existe uma expressão muito utilizada por profissionais ligados à arte, que é "O SOBRINHO".
Todo desenhista já ouviu a seguinte frase:
"Seu preço está caro. Mas tenho um sobrinho que me faz e dou um qualquer pra ele!"

Nem sempre o MAIS BARATO é o melhor.


O grande 
problema é que as pessoas confundem PREÇO com VALOR.

PREÇO é quanto vou gastar em alguma coisa, mas VALOR é o preço somado à qualidade (valor agregado).

Não espere  resultados de qualidade com mão de obra barata.
Isso não só com desenho, mas com qualquer coisa.
Comprou um aparelho que no mercado custa R$ 2000 e alguém está vendendo na internet a R$300... desconfie.

Veja referências, peça modelos de trabalho. Nem sempre o desenho que a pessoa faz, é o que espera para seu trabalho. Ex.: Eu não contrataria o Maurício de Souza para desenhar um Mangá. Cada profissional tem seu traço e seu estilo, cabe ver se é o que procura, antes de depois de pronto começar a querer fazer correções no desenho, por não condizer com sua expectativa.

PROFISSÃO SOBRINHO


Não estou aqui desmerecendo quem é autodidata, mas analisando por capacidade. Não é um diploma que te faz profissional, mas seu know-how.
Uma grande falha de quem desenha é achar que por desenhar, faz de tudo. Ainda mais quando está começando e precisa começar a se posicionar no mercado.
Costumo dizer que a pessoa que fala que é boa em tudo, não é boa em nada.

Um desenhista de hiper-realismo é diferente de um cartunista.
Quem é especialista em história de super heróis, pode não saber desenhar uma charge pra jornal, por exemplo.

Isso não é um defeito, mas uma especialização.

PREÇO QUE SE PAGA


Esta é mais uma para a série "restaurações estabanadas". Agora, foi um quadro representando a Virgem Maria que sofreu com a tentativa de ser recuperado e virou piada. A obra em questão é do barroco Bartolome Esteban Murillo e foi entregue a um restaurador amador, que cobrou 1 mil libras (R$ 6,5 mil) para realizar seu serviço. 

O resultado, como se vê, não foi dos mais elogiáveis, lembrando casos como o da "Ecce Homo" e de uma arte medieval, que viraram piada no mundo todo o mundo.

Segundo o The Guardian, o quadro da Virgem Maria feito pelo pintor espanhol pertence a um colecionador. Houve ao menos duas tentativas de restaurar a obra, mas nenhuma teve o resultado esperado. O acontecido causou tanta controvérsia, que especialistas na Espanha pediram para que sejam criadas leis mais restritivas para este tipo de trabalho, que lida com obras de arte importantes para a história do país. 

"Não acho que esse cara, ou essa gente, possa ser chamada de 'restaurador'. São impostores. Eles destroem coisas", disse ao The Guardian, Fernando Carrera, professor especialista no assunto de uma escola de arte da Galícia. 

María Borja, da associação espanhola que cuida das restaurações, afirmou à Europa Press que "isso é mais comum do que se pensa, mas as pessoas só veem quando chega à imprensa". Ela alertou que trabalhos descuidados podem causar danos irreversíveis.

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