CARICATURA X EGO


A vaidade faz parte do nosso DNA
Quem é que nunca gostou de uma boa massagem?
Principalmente se essa massagem for no ego.

Não dá para negar. Todos nós temos vaidade no nosso DNA, e isso já é citado desde a história de Adão e Eva.
Afinal, como Eva foi convencida a provar do fruto proibido, senão mexendo com sua vaidade?

Diante de um elogio, todos nos sentimos mais poderosos e cada vez mais distantes da imagem do espelho. E é justamente aí que mora o perigo.

Em geral, o trabalho da caricatura impacta diretamente desse problema, já que atinge a essência humana, fazendo um contraponto ao ego da pessoa.

Trabalhando com isso há mais de 20 anos, nunca ouvi ninguém, antes de começar a desenhar dizer: “Me faz igualzinho!”
Mas o que sempre ouço é: “Me faz bonita! Reduz isso ou aquilo!”

A geração do selfie, que só posta as melhores fotos e apaga as que não gosta, tem um problema muito grande em lidar com a realidade.
A caricatura, principalmente em festa, tem em foco tornar o evento mais leve e divertir os convidados com desenhos mais despojados e soutos, entretanto há sempre alguém que fica insatisfeito com o resultado. Não pelo fato de o desenho não estar parecido, mas por não se identificar.
Em geral as pessoas ao redor sempre identificam a pessoa no desenho, mas o desenhado se questiona.

Hoje vi um post no facebook que achei engraçadinho e vale citar como exemplo.
Quer saber se está gordo? Então pede para uma criança te desenhar.


A vaidade já foi tema, inclusive de um estilo de pintura nos séculos XVI e XVII, a Vanitas (vaidade em Latim).
Símbolos "Vanitas" geralmente incluem caveiras, lembretes da inevitabilidade da morte. Frutas apodrecidas, que simbolizam a decadência trazida pelo envelhecimento entre outros detalhes que nos levam à realidade.




Resumindo.

Como artista, eu penso que a arte não precisa ser tão levada à sério.

Em 1929, o artista belga René Magritte fez uma obra fundamental para a arte e que nos faz pensar sobre o desenho.

"Ceci n’est pas une pipe" (Isto não é um cachimbo).
Logo, isso também não é você, é só uma caricatura.



Para concluir, deixo um pensamento do filósofo francês Denis Diderot, que viveu no século XVIII, e que diz:



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